Anorexia


Ao assistir às semanas da moda de Nova Iorque, Milão, Paris, Lisboa, Porto… e ao observar algumas das manequins a desfilar, há algo que nos põe a pensar… A magreza extrema. É certo que algumas pessoas têm uma carga genética muito favorável à magreza mas, por outro lado, outras procuram contrariar a sua natureza e perdem-se no meio da obsessão. As perturbações do comportamento alimentar, como a anorexia e a bulimia, exprimem um intenso medo de engordar e uma preocupação excessiva com o peso e as calorias ingeridas. A anorexia é mais frequente na adolescência, entre os 12 e os 18 anos, altura em que personalidade se está a formar, a vida é vivida de forma intensa e os desgostos valem 10 vezes mais do que o normal! Normalmente, começa por haver uma restrição das gorduras e dos açúcares, recusa alimentar, alegando motivos de saúde (dores de barriga, mal disposição…) ou pessoais (“já comi com amigos”, “tenho de estudar”…), até que escondem a comida. Apesar de terem fome, estas doentes apresentam um controlo muito apertado do apetite e estão em constante negação, apresentando traços de personalidade de tipo obsessivo (perfeccionistas, rígidas, perseverantes, obstinadas). Ao olharem-se ao espelho, nunca estão satisfeitas com o que encontram pois o seu ideal de beleza é inatingível. Uma anorética não consegue descobrir a sua própria beleza pois, para ela, essa está no emagrecer até ao abismo. Deste modo, todos os dias, muitas vezes mais do que 2 vezes por dia, pesam-se e fixam o seu novo objetivo “Hoje vou perder mais 2 kg”. O ciclo é sempre o mesmo, não comem, fazem muito exercício, pesam-se e estabelecem objetivos. O mundo da anorética está submerso na contagem das calorias, no inventar desculpas para não se alimentar e, por muito que não queira comer, está sempre a pensar nos alimentos. Podem ser ajudados com muito apoio, carinho e dedicação pois, na verdade, o que muitas vezes os impulsiona a ter estas atitudes é a necessidade de atenção.


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